terça-feira, 3 de novembro de 2015

Bar é poesia (O vestígio)




O vestígio




(luiz alfredo motta fontana)




Se algum vestígio meu
resistiu
por descuido
em alguma gaveta tua
não o preserve como troféu
O passado
não é teu
não é meu
O riso de depois
já se perdeu
não o tenha como metro


Nosso baile acabou
já não conduzo teu bolero
O vestígio que restou
não sou eu
Emudeceu






sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Bar é poesia (E por falar em angústia...)




E por falar em angústia...




(luiz alfredo motta fontana)

( Tendo o SUS como musa ) 








Estranhos corredores
O caos veste comportadas filas

Aqui, e acolá,
uma declaração de bravura,
outra de descrença,
um murmúrio de cansaço,
dão cor à passividade face ao descaso


Com sorte, quiçá a douta figura, em branco, ouvirá suas dores.
O certo é que encaminhará o exame, tal qual o previsto, na ficha antes conquistada

Hipócrates ausente
Kafka dá plantão

Mas...
Acreditem...

Ainda assim, existe humor
Estranha maneira de chorar

domingo, 13 de setembro de 2015

Bar é poesia (Percorrer alamedas)



Percorrer alamedas



(luiz alfredo motta fontana)






Percorrer alamedas
por vezes é
surpreender-se com pisos descuidados
com abandonos injustificados

Percorrer alamedas
pode ser
surpreender-se com cenas ocultas
com prazeres desperdiçados

Percorrer alamedas
para só depois
recolher-se em ninho seguro

domingo, 12 de julho de 2015

Bar é poesia (O vinho de Coimbra)




O vinho de Coimbra



(luiz alfredo motta fontana)


Era uma vez 11 togados
Todos eles abrigados
numa bela estalagem
Diziam que seu ofício
era especializado
Sentiam-se tão seguros
que alongavam os prazos

Era uma vez um deles
Cuja mãe era amiga
Da Marisa e não da Rose
O que lhe valeu a unção

Era uma vez uma ciclista
Que temia o destino
Entre suas paixões
Jantares e vinho lusitanos

E assim foram pegos
Por um olhar atrevido
Culparam o acaso
Pelas manchas do vinho

Que farão os outros dez?
Serão cúmplices calados
Mancharão sua togas?

Que fará o PGR?
Esquecerá sua recondução
Ou simplesmente incluirá
No curriculum a omissão?

Um suspeito já é
Outros dez poderão
Dividir a desdita
Ou romper a submissão

Uma certeza se tem
Por mais espessa a toga
Por mais lenta a Justiça
Conter o odor
Será tarefa inglória
Não há nariz que resista
Aos eflúvios que advêm
do vinho de Coimbra.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Dean Martin & Line Renaud - Two Sleepy People

Fats Waller - Two Sleepy People (VintageMusic.es)

Bing Crosby & Marilyn Maxwell - Two Sleepy People

Sammy Davis, Jr. / Carmen McRae / Two Sleepy People

Carroll Gibbons & Savoy Orpheans - Two Sleepy People, 1938

Silje Nergaard- Two Sleepy People

Two sleepy people - Art Garfunkel

Julie London Two Sleepy People