quinta-feira, 28 de agosto de 2014
Bar é poesia (fotograma do que foi)
fotograma do que foi
(luiz alfredo motta fontana)
cada dia mais nu
cada manhã mais leve
pelas noites
a poesia como lume
confessa
em cada verso
acenos que tecem adeus
o tocar leve
de um sax prata
relata em tons suaves
o que foi
além de pistas do que será
saudade ou ausência
não mais estranho
embora triste
revelado
na quietude
de esmaecido fotograma
Bar é poesia (No espelho do Café Central)
No espelho do Café Central
(luiz alfredo motta fontana)
Há prazeres conhecidos no Café Central
o balcão familiar
o murmurinho dos habituées
o aroma de canela
o eventual olá de um conhecido
Nessa manhã
talvez por distração
notei um outro
no espelho por detrás
o reflexo
por óbvio
era o meu
mas...
traduzia um alguém
que por um tempo
caminhou com tua presença
Hoje
enfim
em companhia de tua ausência
sorriu para mim.
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