sexta-feira, 17 de abril de 2015
terça-feira, 31 de março de 2015
sexta-feira, 27 de março de 2015
domingo, 22 de março de 2015
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
Bar é poesia (A festa era certa)
A festa era certa
(luiz alfredo motta fontana)
No meio do brinde
o desconforto
A festa era certa
o copo correto
cristal límpido
A bebida
a de sempre
O que destoava
era a certeza da falta
Seria a tua?
Seria a nossa?
Seria...
terça-feira, 13 de janeiro de 2015
Bar é poesia (Por nada)
Por nada
(luiz alfredo motta fontana)
Poderia ser leve
deveria ser livre
Por zelo
Por medo
trocou breves sentires
por ruidosos jantares
A custo de dietas
manteve esbelto
o corpo aprisionado
A troco do nada
mantém a fonte fechada
segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
Bar é prosa (O bar, a tarde, e o final de ano)
O bar, a tarde, e o final de ano
(luiz alfredo motta fontana)
Tarde calma, como devem ser as tardes do derradeiro dia do ano, nas casas os sonhos começam a ser lavados, as cozinhas já antecipam o aroma dos temperos e carinhos, os freezers começam atingir suas temperaturas idealizadas.
O bar, fechado para descanso, mal responde ao acender das luzes laterais, o balcão reina absoluto, frente ao ordenado descansar de mesas e cadeiras.
Ao ligar o som ambiente, entremeado de blues e MPB, reconhece o arranjo de um Tamba Trio que percorreu tantas noites em boêmia recém descoberta, numa São Paulo ainda ingênua, nos anos sessenta.
- Não se faz balanço de anos. Pensou, para concluir: - Esse proceder é próprio das instituições financeiras, o que se faz, numa tarde de 31 de dezembro, é apenas escolher as memórias que irão ficar.
Como parceiro e cúmplice, empunhou o copo baixo, desde sempre, o baixo, o cristal no limite, e nele o suave tom do scotch, diluindo-se em gelo.
Algo de egoísmo permeia um bar vazio, algo de liberdade poética contribui com o olhar, e com o recordar.
A mesa 7, e seus habitués, a mesa 9 em que brindara a última despedida, a mesa 13, dos afoitos, e a singela mesa 3 em que hoje habita uma saudade.
Na mesa 3, por muito tempo, quando sorvia ainda a primeira dose das noites de um tempo breve, tivera a companhia discreta e aristocrática de um velho amigo. Não confessava, nem precisava, mas era a mesa mais terna, a mais representativa do estar simplesmente no bar.
Na sequência, o som. já entoava Caymmi e o doce mistério de um mar, o mesmo mar que sempre banhara seus sonhos, e que também apagara suas palavras na areia. Quanta juras de amor eterno, quantas promessas de dispensar adeus.
A tarde, em bossa já não tão nova, ocupava todo o salão, a saudade abraçava o sorrir, e o olhar, sempre perdido, buscava enfim o conforto de seu colo.
Feliz ano novo!
(31/12/2008)
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