sábado, 18 de outubro de 2014
Bar é poesia (Vida Prêt-à-porter)
Vida Prêt-à-porter
(luiz alfredo motta fontana)
mantenha-se erecta
capriche nas sombras
acerte as luzes
troque calorias
por curvas de estilo
cubra-se com arte
escale scarpins
mas...
não tolha o sentir
não esconda o olhar
liberte os hormõnios
respire sem medo
si vous n'avez pas...
o manequim não suporta
transforma-se em peso
cede a passarela
o desastre a abraça
le défilé se termine
sem que a vida
acompanhe
o alçar vôo do prazer
sexta-feira, 17 de outubro de 2014
Bar é poesia (E por falar em angústia...)
E por falar em angústia...
( Tendo o SUS como musa )
(luiz alfredo motta fontana)
Estranhos corredores
O caos veste comportadas filas
Aqui e acolá,
uma declaração de bravura,
outra de descrença,
um murmúrio de cansaço,
dão cor à passividade face ao descaso
Com sorte,
quiçá a douta figura,
em branco,
ouvirá tuas dores.
O certo é que encaminhará o exame,
tal qual o previsto,
na ficha antes conquistada
Hipócrates ausente
Kafka dá plantão
Mas...
Acreditem...
Ainda assim,
existe humor
Estranha maneira de chorar
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
Bar é poesia (Poemeto dolorido)
Poemeto dolorido
(luiz alfredo motta fontana)
Parece mito
Tem um toque de tragédia
Articula sotaques não só do Egeu
Apoiada por uma rede de amigas
Muito próxima de intrigas
É citada como exemplo
Porém paga preço alto
É só entre convivas
É inteira entre paredes
É livre somente em sonhos
Não vive, recorda
Não estremece, soluça
Abdicou aos amores
Instituição inexpugnável
Embora ainda traga
Delicadas marcas de roubados afagos
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
Bar é poesia (Flagrante)
Flagrante
(luiz alfredo motta fontana)
Ao vestires esses versos
com um sorriso
mesmo que acanhado
Ao tingires teus olhos
com ternura
mesmo que inesperada
Serás mais que musa
te flagarás
nua e cúmplice
terça-feira, 14 de outubro de 2014
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