Erlich - El País, es
sábado, 27 de setembro de 2014
Bar é poesia (sua avenida era outra)
sua avenida era outra
(luiz alfredo motta fontana)
sua avenida era outra
não mais passista da escola
não mais ao alcance do beijo
não mais a um passo
de sua rainha
de outros carnavais
o seu samba era o mesmo
a harmonia
o ritmo
seus passos
ainda desenhavam
desejos nunca encabulados
na passarela de seus encantos
mas, sua avenida era outra
distante dos risos e abraços
seu samba ainda era o mesmo
acompanhado do pandeiro
dividindo o carnaval
entre certezas e o depois
recolhendo fantasias
salpicadas de luares
sua avenida era outra
nela desfilava a ausência
novo destaque de seu carnaval
cercada pela ala
ainda animada
deste eterno Pierrot
vestido de afagos
à mulher amada
sua avenida era outra
seu samba
agora sem rainha
o mesmo
sexta-feira, 26 de setembro de 2014
Bar é matinée - "New Orleans" (Completo) Legendado 1947 direct by Arthur Lubin
Billie Holiday
Louis Armstrong an his band
Woody Herman and his Orchestra
Bar é poesia (La nuit de pleine lune)
La nuit de pleine lune
(luiz alfredo motta fontana)
Tênue
quase invisível
leve
como se brisa fosse
delicada
envolta em aroma de fleurs des champs
Tua nudez
surgiu
iluminada
mistérios da nuit de pleine lune
mistérios da nuit de pleine lune
Bar é poesia (Lavados)
Lavados
(luiz alfredo motta fontana)
Não fosse a tola ideia
na verdade
ato rotineiro
de acordar no chuveiro
os versos sonhados
estariam aqui
e não lavados
quinta-feira, 25 de setembro de 2014
Bar é poesia (A orquídea e as tias)
A orquídea e as tias
(luiz alfredo motta fontana)
insiste em florir
na época
fora dela
a cada dia
despudorada, que só vendo
ela testemunha
não houve crime
não houve dano
paga-se o preço
apaga-se o abraço
já o sorriso
a cada florada
uma nova risada
apesar de tantas tias
tantas estrias
e nenhuma esperança
quarta-feira, 24 de setembro de 2014
Bar é poesia (Somos)
Somos
(luiz alfredo motta fontana)
Quando teu olhar exibe
Quando tua pele é veste
Quando água é o tato
Somos nós
Somos nus
Somos
Bar é poesia (O gesto necessário)
O gesto necessário
(luiz alfredo motta fontana)
tornara-se ermitão
longe do murmurinho
das esquinas
dos becos
das praças e saídas
aos poucos recuperara
não
a fala excessiva
mas
o olhar que revela
o gesto necessário
confundia-se agora
com o silêncio e seus ditos
tornara-se gente
para além da solidão
segunda-feira, 22 de setembro de 2014
Bar é poesia (Cúmplice)
Cúmplice
(luiz alfredo motta fontana)
Trazia o ar tranquilo,
nele perceptível
a ausência do pesar.
No leve sorrir,
o testemunho
do alçar vôo.
Assinar:
Postagens (Atom)