quarta-feira, 24 de setembro de 2014
Bar é poesia (O gesto necessário)
O gesto necessário
(luiz alfredo motta fontana)
tornara-se ermitão
longe do murmurinho
das esquinas
dos becos
das praças e saídas
aos poucos recuperara
não
a fala excessiva
mas
o olhar que revela
o gesto necessário
confundia-se agora
com o silêncio e seus ditos
tornara-se gente
para além da solidão
segunda-feira, 22 de setembro de 2014
Bar é poesia (Cúmplice)
Cúmplice
(luiz alfredo motta fontana)
Trazia o ar tranquilo,
nele perceptível
a ausência do pesar.
No leve sorrir,
o testemunho
do alçar vôo.
domingo, 21 de setembro de 2014
Bar é poesia (E por falar em Hai Kai)
E por falar em Hai Kai
(luiz alfredo motta fontana)
é primavera
e entre outras coisas
dispo os versos
sábado, 20 de setembro de 2014
Bar é poesia (Eles sonham)
Eles sonham
(luiz alfredo motta fontana)
Os hormônios sonham,
a madrugada
testemunha.
Acordar
com o tato em alerta,
suspender o movimento,
no enlevo do contorno,
discretas evidências.
Os hormônios sonham,
lúdicas curvas,
sons em refúgio.
Os hormônios sonham.
persistem.
Como se jovens fossem!
sexta-feira, 19 de setembro de 2014
Bar é poesia (plena)
plena
(luiz alfredo motta fontana)
a suavidade nos gestos
a graça no falar
o mover que harmoniza
além dos véus
em arte revelada
impera a nudez
o fascínio de quem detém
o saciar dessa sede imensa
quinta-feira, 18 de setembro de 2014
Bar é poesia (Esculpindo)
Esculpindo
(luiz alfredo motta fontana)
O medo
em cristal
disfarce
em sedimentos
O desejo
nunca ousado
repousa quieto
em relevos escuros
A cada cinzel
uma dor
a cada sulco
verte
um prazer
Possuir
torna-se verbo presente
desnudá-la
uma certeza
uma certeza
Sob o medo
além das defesas
respira
úmida
confusa e nua
O cinzel sorri
sob as mãos do escultor
cumprindo seu fado
sem hesitar a traz
em renovados pulsares
Em rubor
delicado e vivo
uma confissão
escorre em aroma
Nele, seu desejo
nela, sua assinatura
quarta-feira, 17 de setembro de 2014
Bar é poesia (O luar como valet)
O luar como valet
(luiz alfredo motta fontana)
mesa de bar
gelo em cristais
copo baixo
scotch aos doze
jazz em ambiente
o olhar em quietude
colhendo sorrisos e moveres
a noite convertida em maitre
o luar como valet
como de hábito
tua ausência
comparece
terça-feira, 16 de setembro de 2014
Bar é poesia - Na outra calçada
Na outra calçada
(luiz alfredo motta fontana)
passos em ritmo de samba-canção
levam minha saudade
saia florida, regata azul
nenhuma despedida
nenhum remorso
apenas um novo arranjo
- garçon, mais gelo
a próxima dose será dupla
segunda-feira, 15 de setembro de 2014
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