quarta-feira, 17 de setembro de 2014
Bar é poesia (O luar como valet)
O luar como valet
(luiz alfredo motta fontana)
mesa de bar
gelo em cristais
copo baixo
scotch aos doze
jazz em ambiente
o olhar em quietude
colhendo sorrisos e moveres
a noite convertida em maitre
o luar como valet
como de hábito
tua ausência
comparece
terça-feira, 16 de setembro de 2014
Bar é poesia - Na outra calçada
Na outra calçada
(luiz alfredo motta fontana)
passos em ritmo de samba-canção
levam minha saudade
saia florida, regata azul
nenhuma despedida
nenhum remorso
apenas um novo arranjo
- garçon, mais gelo
a próxima dose será dupla
segunda-feira, 15 de setembro de 2014
Bar é poesia (reconhecer)
reconhecer
(luiz alfredo motta fontana)
sob o luar
sem sobressaltos
conjuga-se o verbo
a despeito do meio
recupera-se significados
delicadas texturas
pequenas distrações
sombras e relevos
em lúdico tatear
o sorriso traduz
é apenas
reconhecer
Bar é poesia (Onde anda Leonardo Da Vinci)
Onde anda Leonardo Da Vinci
(luiz alfredo motta fontana)
onde anda Da Vinci?
no fim de noite
deixou só a impressão
quase um borrão
nenhum recado
além do teu sorriso
onde anda Da Vinci?
domingo, 14 de setembro de 2014
Bar é poesia (O marco)
O marco
(luiz alfredo motta fontana)
Distante
por vezes cansado
dizem que o preço é alto
por vezes é inútil
há quem acredite
não existir diverso resultado
Mesmo assim
o fato de o ter atravessado
transposto
o rotineiro marco
adquirindo
visão outra do entorno
permite o voo
seduz a paz
aquece a alma
Não há volta
sábado, 13 de setembro de 2014
Bar é poesia (Poemeto da interação)
Poemeto da interação
(luiz alfredo motta fontana)
Que fado terá esta frase?
Ou a próxima?
Serão destinadas apenas ao exercício de ortografia?
Aos rigores da gramática?
Ou, quiçá...
Por pura magia
encontrarão em teu olhar,
o terno perceber.
Vestidas então, em rigor e signos,
agradecerão,
oferecendo a ti
singelos cadinhos poéticos.
sexta-feira, 12 de setembro de 2014
Bar é poesia (O olhar da poesia)
O olhar da poesia
(luiz alfredo motta fontana)
O olhar da poesia
é seletivo
não premia o joio
não municia instintos
O olhar da poesia
colhe em qualquer dos tempos
afagos e brilhos
O olhar da poesia
percorre numa só noite
trilhos de luas
de ontem
de hoje
de sempre
O olhar da poesia
vai além
da ânsia do poeta
quinta-feira, 11 de setembro de 2014
Bar é poesia (pequenos delitos)
pequenos delitos
(luiz alfredo motta fontana)
furtos
consentidos furtos
afinados, discretos, leves
pequenas carícias na dor
indiscrições pressentidas
que se escondem na canção
um quê de bossa
um tanto de bolero
salpicando versos
quarta-feira, 10 de setembro de 2014
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