sábado, 6 de setembro de 2014
Bar é poesia (Espelho)
Espelho
(luiz alfredo motta fontana)
cada qual no seu cantinho
cada um
com seu igual
enquanto busco
teu aceno
nosso espelho
mesmo quebrado
repete
os sete erros
sexta-feira, 5 de setembro de 2014
Bar é poesia (além das avenidas...)
além das avenidas...
(luiz alfredo motta fontana)
excesso?
a noite deixara marcas
cansaço?
dos atores, do enredo
solução?
limpar o cinzeiro
trocar a mesa,
além do bar
Bar é poesia (menino vadio em breve fuga)
menino vadio em breve fuga
(luiz alfredo motta fontana)
Como em outras noites
tua epiderme cobre
dois, ou três, dos meus sonhos
Tuas mãos suaves
tocam minha sombra
que repousa em teu seio
Acorde só amanhã
ao som
já conhecido
deste menino vadio
em breve fuga
quinta-feira, 4 de setembro de 2014
Bar é poesia (Um pequeno crime)
Um pequeno crime
(luiz alfredo motta fontana)
Eu ouço música
Eu acalento ritmos
Eu tateio acordes
Eu traduzo versos
Eu ouço música
Não como Mario, que também é Quintana
Eu furto música
Com o prazer da cumplicidade
Bar é poesia (Quiromancia indesejada)
Quiromancia indesejada
(luiz alfredo motta fontana)
já conhecia os segredos da própria mão
quase tudo era passado
as surpresas que restaram
além de raras
eram velhas ameaças
quarta-feira, 3 de setembro de 2014
Bar é poesia (Moça Triste)
Moça Triste
(luiz alfredo motta fontana)
Triste fado
nunca despe o traje social
Sorri em disfarce
esconde os anseios
nega o ausente
Moça fina
puro exemplo
nenhuma práxis
Não exala
sublima a cor
Colhe aqui e acolá
acenos educados de aprovação
Bar é poesia (lembranças)
lembranças
(luiz alfredo motta fontana)
ela sorriu
a noite era junho
ele, na memória,
ainda era afago
despiu-se
e ao encontrar o linho
umedeceu
terça-feira, 2 de setembro de 2014
Bar é poesia (Heideggeriana)
Heideggeriana
(luiz alfredo motta fontana)
Por um tempo foram dois
destacados
de um conjunto de iguais
Por algum tempo sobreviveram
navegando em rios outros
Em momento incerto
porém vaticinado
naufragaram
Agora,
cada um, em sua ilha
reconhecem o sorrir
Esse,
o legado
apesar de...
Bar é poesia (Confissão)
Confissão
(luiz alfredo motta fontana)
Caso pintasse
caso afeito ao pincel
Em meio à cena bucólica
acrescentaria
um músico
Ele e seu saxophone
dominando o ambiente
Caso soubesse pintar
seria músico!
segunda-feira, 1 de setembro de 2014
Bar é poesia (O dia de hoje, após o ontem de nós)
O dia de hoje, após o ontem de nós
(luiz alfredo motta fontana)
A mesa bem posicionada
O atendimento corre normal
O gelo brinca no copo, enquanto o scotch reduz a tensão
De resto o silêncio
O não remoer velhos temas
A instituição sobreviveu
O viver restou acanhado
O sentir se transformou em referência ao longe
Já não mais o "nós"
Apenas o sorrir
Que insiste lembrar
Como se recém colhido fora
Bar é poesia (As mesmas correntes)
As mesmas correntes
(luiz alfredo motta fontana)
Certa manhã sorriu
descobrira por acaso
em meio ao torpor da madrugada
que o erro não fora
estar nu
e sim
para quem despira
Já distante
acenou
sem sequer ser visto
enquanto ela
vestida de sisudez
lustrava rotineira
as mesmas correntes
domingo, 31 de agosto de 2014
Bar é poesia (Contradições de estilo)
Contradições de estilo
(luiz alfredo motta fontana)
nas vitrines
à cada tarde
teu olhar busca
cores, texturas, e ousadias
que lhe cubram o corpo
quando à noite surge
o despir é iminente
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