quinta-feira, 4 de setembro de 2014
Bar é poesia (Quiromancia indesejada)
Quiromancia indesejada
(luiz alfredo motta fontana)
já conhecia os segredos da própria mão
quase tudo era passado
as surpresas que restaram
além de raras
eram velhas ameaças
quarta-feira, 3 de setembro de 2014
Bar é poesia (Moça Triste)
Moça Triste
(luiz alfredo motta fontana)
Triste fado
nunca despe o traje social
Sorri em disfarce
esconde os anseios
nega o ausente
Moça fina
puro exemplo
nenhuma práxis
Não exala
sublima a cor
Colhe aqui e acolá
acenos educados de aprovação
Bar é poesia (lembranças)
lembranças
(luiz alfredo motta fontana)
ela sorriu
a noite era junho
ele, na memória,
ainda era afago
despiu-se
e ao encontrar o linho
umedeceu
terça-feira, 2 de setembro de 2014
Bar é poesia (Heideggeriana)
Heideggeriana
(luiz alfredo motta fontana)
Por um tempo foram dois
destacados
de um conjunto de iguais
Por algum tempo sobreviveram
navegando em rios outros
Em momento incerto
porém vaticinado
naufragaram
Agora,
cada um, em sua ilha
reconhecem o sorrir
Esse,
o legado
apesar de...
Bar é poesia (Confissão)
Confissão
(luiz alfredo motta fontana)
Caso pintasse
caso afeito ao pincel
Em meio à cena bucólica
acrescentaria
um músico
Ele e seu saxophone
dominando o ambiente
Caso soubesse pintar
seria músico!
segunda-feira, 1 de setembro de 2014
Bar é poesia (O dia de hoje, após o ontem de nós)
O dia de hoje, após o ontem de nós
(luiz alfredo motta fontana)
A mesa bem posicionada
O atendimento corre normal
O gelo brinca no copo, enquanto o scotch reduz a tensão
De resto o silêncio
O não remoer velhos temas
A instituição sobreviveu
O viver restou acanhado
O sentir se transformou em referência ao longe
Já não mais o "nós"
Apenas o sorrir
Que insiste lembrar
Como se recém colhido fora
Bar é poesia (As mesmas correntes)
As mesmas correntes
(luiz alfredo motta fontana)
Certa manhã sorriu
descobrira por acaso
em meio ao torpor da madrugada
que o erro não fora
estar nu
e sim
para quem despira
Já distante
acenou
sem sequer ser visto
enquanto ela
vestida de sisudez
lustrava rotineira
as mesmas correntes
domingo, 31 de agosto de 2014
Bar é poesia (Contradições de estilo)
Contradições de estilo
(luiz alfredo motta fontana)
nas vitrines
à cada tarde
teu olhar busca
cores, texturas, e ousadias
que lhe cubram o corpo
quando à noite surge
o despir é iminente
Bar é poesia (Enredos findos)
Enredos findos
(luiz alfredo motta fontana)
Se...
foram belos
Se...
foram vivos
Se...
foram apenas momentos e risos
Restam...
nus
com seus enredos findos
Bar é poesia (Um sorriso triste)
Um sorriso triste
(luiz alfredo motta fontana)
a pior despedida
a do poeta à sua musa
ali, em silêncio
ao pé de versos mudos
recolhe o desejo
já não há retorno
apenas um sorriso triste
sábado, 30 de agosto de 2014
Bar é poesia (Mesa Vazia)
Mesa Vazia
(luiz alfredo motta fontana)
Enquanto houver
uma só mesa
vazia para ocupar
Mesmo que distante
mesmo que ao canto
Haverá a possibilidade
de um verso
entoado como refrão
ocupando sutilmente
o abandono
Nela pedirei copo e gelo
solidão e cinzeiro
em doses duplas
mas pausadas
O aroma do carvalho
dará sentido ao poema
iludirá o desconforto
mesmo que finda a cena
a espera
do copo vazio
Bar é poesia (Brinque de "roqueira")
Brinque de "roqueira"
(luiz alfredo motta fontana)
Leia
Drummond,
o que é Carlos
além "de Andrade"
Vinícius,
o "de Moraes"
e de tantas musas
Cecília
a "Meirelles"
Leia
Conjugue o verbo ler
Com direito ao depois...
compreender,
sentir,
olhar
Já o folhear
apenas permite
o citar,
o recitar,
o fingir
Leia
depois, como menina
brinque de "roqueira"
tome "um banho de lua".
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
Bar é poesia (O artesão)
O artesão
(luiz alfredo motta fontana)
Molda o poema em curvas suaves
Esculpe saudades onde era ilusão
Mimetiza o amanhã
com os tons do passado
Tateia as palavras
com um sorrir meio triste
É mero artesão
percorrendo versos
Já não finge poeta.
Bar é arte - Carole A. Feuerman
"Serena with Blue Cap"
Carole a. Feuerman
"Serena with Pink Cap"
Carole A. Feuerman
"Serena with Red Cap"
Carole A. Feuerman
"Serena with Yellow Cap"
Carole A. Feuerman
"Serena Print Series"
Carole A. Feurman
Bar é poesia (A artesã)
A artesã
(luiz alfredo motta fontana)
Delicada mulher.
Distraída artesã.
compõe minuetos em faina diária;
- "essa cor, sim";
- "aquela, de jeito algum';
- "esse traço, excede";
- "aquele, conforme".
Assim:
qual maestrina,
educa, compõe, harmoniza.
Delicada artesã.
Distraída mulher.
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