quarta-feira, 18 de novembro de 2015
Bar é poesia (não estranhe)
não estranhe
(luiz alfredo motta fontana)
não estranhe,
o vazio é parceiro,
imenso,
sem cheiro, sem sabor,
apenas quieto
não chore,
lágrimas se perderiam em meio à seca,
não mais umidade, não mais o riso escancarado,
apenas os bons modos,
a lembrança do que foi será estorvo
não volte,
será inútil,
o que brevemente fomos,
por acidente ou teimosia,
acabou em escolhas
segunda-feira, 16 de novembro de 2015
terça-feira, 3 de novembro de 2015
Bar é poesia (O vestígio)
O vestígio
(luiz alfredo motta fontana)
Se algum vestígio meu
resistiu
por descuido
em alguma gaveta tua
não o preserve como troféu
O passado
não é teu
não é meu
O riso de depois
já se perdeu
não o tenha como metro
Nosso baile acabou
já não conduzo teu bolero
O vestígio que restou
não sou eu
Emudeceu
domingo, 1 de novembro de 2015
Bar é poesia (A saudade do que não houve)
A saudade do que não houve
(luiz alfredo motta fontana)
Que o malte seja puro
Que respire no olhar
Que a mesa seja livre
Que o garçon ainda o mesmo
Quando a saudade
do que não houve
tornar real a ficção
Restará o adeus
antes do oi
O "até a volta"
sem o encontro
Que o malte continue puro
Que baixo seja o copo
Que o gelo permaneça límpido
Que o brinde ocorra meigo
sexta-feira, 30 de outubro de 2015
Bar é poesia (E por falar em angústia...)
E por falar em angústia...
(luiz alfredo motta fontana)
( Tendo o SUS como musa )
Estranhos corredores
O caos veste comportadas filas
Aqui, e acolá,
uma declaração de bravura,
outra de descrença,
um murmúrio de cansaço,
dão cor à passividade face ao descaso
Com sorte, quiçá a douta figura, em branco, ouvirá suas dores.
O certo é que encaminhará o exame, tal qual o previsto, na ficha antes conquistada
Hipócrates ausente
Kafka dá plantão
Mas...
Acreditem...
Ainda assim, existe humor
Estranha maneira de chorar
domingo, 13 de setembro de 2015
Bar é poesia (Percorrer alamedas)
Percorrer alamedas
(luiz alfredo motta fontana)
Percorrer alamedas
por vezes é
surpreender-se com pisos descuidados
com abandonos injustificados
Percorrer alamedas
pode ser
surpreender-se com cenas ocultas
com prazeres desperdiçados
Percorrer alamedas
para só depois
recolher-se em ninho seguro
segunda-feira, 31 de agosto de 2015
domingo, 12 de julho de 2015
Bar é poesia (O vinho de Coimbra)
O vinho de Coimbra
(luiz alfredo motta fontana)
Era uma vez 11 togados
Todos eles abrigados
numa bela estalagem
Diziam que seu ofício
era especializado
Sentiam-se tão seguros
que alongavam os prazos
Era uma vez um deles
Cuja mãe era amiga
Da Marisa e não da Rose
O que lhe valeu a unção
Era uma vez uma ciclista
Que temia o destino
Entre suas paixões
Jantares e vinho lusitanos
E assim foram pegos
Por um olhar atrevido
Culparam o acaso
Pelas manchas do vinho
Que farão os outros dez?
Serão cúmplices calados
Mancharão sua togas?
Que fará o PGR?
Esquecerá sua recondução
Ou simplesmente incluirá
No curriculum a omissão?
Um suspeito já é
Outros dez poderão
Dividir a desdita
Ou romper a submissão
Uma certeza se tem
Por mais espessa a toga
Por mais lenta a Justiça
Conter o odor
Será tarefa inglória
Não há nariz que resista
Aos eflúvios que advêm
do vinho de Coimbra.
sábado, 11 de julho de 2015
quarta-feira, 1 de julho de 2015
terça-feira, 23 de junho de 2015
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