sábado, 23 de agosto de 2014
Bar é poesia (De volta ao ninho)
De volta ao ninho
(luiz alfredo motta fontana)
Noite em tons de malte
Mesa em estratégica distância
Música ambiente nos anos sessenta
tempo de recuperar
Do enredo havido
apenas tênues imagens
tempo de sorrir
Noite em tons de malte
luares em cubos
distraídos olhares
De volta ao ninho
- garçon, troque o cinzeiro!
sexta-feira, 22 de agosto de 2014
Bar é poesia (Era uma vez o Adeus...)
Era uma vez o Adeus...
(luiz alfredo motta fontana)
O adeus não preve
pontes e retornos
Apenas acena
disperso no horizonte
Mesmo os versos
nada retêm
além de teu vulto
seminua e distante
resta dizer
era uma vez...
para então sorrir
despido de tua nudez
Bye Cybele
Cybele Ribeiro de Sá Leite Freire
(foto de Carlos Castilho)
03/05/1940 - 22/08/2014
Nas canções, que me fazem trilha,
existem vozes que não deveriam partir,
por vezes, partem
Caymmi , Vinicius, ao lado de Baden,
as acolhe.
(luiz alfredo motta fontana)
Nas canções, que me fazem trilha,
existem vozes que não deveriam partir,
por vezes, partem
Caymmi , Vinicius, ao lado de Baden,
as acolhe.
(luiz alfredo motta fontana)
Bar é poesia (Balcão de bar)
Balcão de bar
(luiz alfredo motta fontana)
entre doses
e cigarros
a ausência de planos
o que restou
do amor de ontem
faz companhia
nenhuma tensão
além da eventual
lembrança de curvas
Bar é poesia (Era uma vitrine)
Era uma vitrine
(luiz alfredo motta fontana)
Era uma vitrine
Era um casal
Ele, mais que noventa
Ela, desconfia-se, mas não aparenta
Era uma vitrine
Uma rua
Uma noite
Poucos gatos, nem tão pingados
Era um casal
Ele, alegre
Ela, sorridente
Era uma vitrine
E nela, ao lado do sax,
delicados violinos
Era um casal
Neles, a poesia
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
Bar é poesia (O bar)
O bar
(luiz alfredo motta fontana)
O bar
a mesa
a música
os encantos
além
de quase desencantos
Os garçons
servem "agora vai"
ou
caso queira
uma dose dupla de "agora sei"
O bar
intermezzo
o depois
di routine noto
Bar é poesia (Sambinha politizado)
Sambinha politizado (De como João perdeu Maria)
(luiz alfredo motta fontana)
E aí João?
- O que manda irmão?
Maria te deixou?
- Na mão, de vez...
- e sem violão.
Como pode acontecer?
- Tinha de ser
- Maria era politizada.
Traduz prá mim!
- só acreditava em amor
- com cláusula expressa
- de sustentabilidade
E agora João?
- Vida segue José!
- Perdi o mandato
- mas não perdi a fé!
Perdeu de fato
mas não se abalou
buscou no refrão
o que lhe faltou
- Amor assim
- requer menos paixão
- Amor sustentável
- Social e acabado
- Não foi feito prá mim!
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
Bar é poesia (O "tal" do amor)
O "tal" do amor
(luiz alfredo motta fontana)
Que não prenda
diz a afoita
Que não cobre
diz o tímido
Que acrescente
diz a empreendedora
Que seja eterno
diz o crédulo
Que se baste
diz a preguiça
Que apareça
digo, e repito!
Bar é poesia (E por falar em John Wayne)
E por falar em John Wayne
(luiz alfredo motta fontana)
O Início
Poeira ao longe
aproximando-se...
O enredo
intrigas, festas,
copos cheios
duelos verbais, decepções,
copos vazios
O inesperado
beijos roubados
da menina que nascera
com quatro ou cinco
futuros sobrenomes possíveis
todos antecipadamente aprovados,
e quase registrados
O romance
Sob luares
sonhos, ilusões
com estilo, com afeto,
O esperado
Quase ao fim
mudanças pequenas
mas significativas
no cenário, no diálogo
Ao mais
um certo cansaço,
torpor,
um sorriso persistente, o olhar
de novo perdido
O final
Poeira ao longe
distanciando-se...
terça-feira, 19 de agosto de 2014
Bar é poesia (Versos sóbrios)
Versos sóbrios
(luiz alfredo motta fontana)
Despidos de poesia
percorrem métricas
Despidos de defeitos
desfilam impávidos
Despidos de nuances
simulam muralhas
Despidos de malícia
esquecem as musas
Bar é fotografia - Raymond Elstad
"Valleys Accusing Mountains of Altitude" - high key
Raymond Elstad
"Valleys Accusing Mountains of Altitude"
Raymond Elstad
Bar é poesia (Leitura do passado)
Leitura do passado
(luiz alfredo motta fontana)
quando
os personagens envelhecem
quando
a platéia encolhe
talvez
é chegada a hora
de trocar, ao menos, o cenário
mas...
o enredo continuará
mesmo que em leitura do passado
segunda-feira, 18 de agosto de 2014
Bar é poesia (O Poeta Ferido)
O Poeta Ferido
(luiz alfredo motta fontana)
O poeta ferido
apesar dos fatos
ainda resiste
Despe-se em versos à musa
cria refúgios na solidão
rega lírios
muda o curso da lua
tornando-a sempre nova
Já a ferida
não cicatriza
afinal
dela brotam os versos
nela vive a poesia
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