Bar é poesia (O dia de hoje, após o ontem de nós)




O dia de hoje, após o ontem de nós




(luiz alfredo motta fontana)








A mesa bem posicionada
O atendimento corre normal
O gelo brinca no copo, enquanto o scotch reduz a tensão
De resto o silêncio
O não remoer velhos temas

A instituição sobreviveu
O viver restou acanhado
O sentir se transformou em referência ao longe

Já não mais o "nós"
Apenas o sorrir 
Que insiste lembrar

Como se recém colhido fora

Bar é poesia (As mesmas correntes)




As mesmas correntes




(luiz alfredo motta fontana)





Certa manhã sorriu
descobrira por acaso
em meio ao torpor da madrugada
que o erro não fora
estar nu
e sim
para quem despira


Já distante
acenou
sem sequer ser visto
enquanto ela
vestida de sisudez
lustrava rotineira
as mesmas correntes